
Ao ouvir as palavras Nordeste do Ceará, associamos automaticamente a paisagens pálidas, duras aos olhos, sol escaldante, areia rangendo os pés, aos mandacarus, ao gado e as plantações. A Seca, a fome e a miséria: são as primeiras palavras que a grande mídia oferece em torno do imaginário “Nordeste”. Esquece-se, no entanto, que o nosso Nordeste é muito mais do que apenas essas meras associações. Somos mais do que aquilo que encontramos nos livros de história ou na obra “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. Somos pertencentes a uma terra cheia de alegria, cheia de sonhos, esperança, amor e com milhares de narrativas para contar.
O Ceará de hoje não é o mesmo do que era no tempo dos nossos avós. Isso é fato! Afinal, são 223 anos de história. Muita coisa mudou, muita coisa passou e muita coisa foi esquecida. Mas não podemos apagar a história dos moradores da Terra da Luz, da nossa cultura tão rica e do nosso povo alegre, forte, resiliente e batalhador. Que desde cedo teve que aprender a valorizar o simples, a se alegrar com a chuva e a ser forte quando a fome chegar à mesa. “O sertanejo é, antes de tudo, um paciente. Eu o perdoo”, Clarice Lispector em A Hora da Estrela.
Confira no infográfico a seguir, um pouco mais da história, da cultura e como se deu a construção de vida de quem nasceu e se criou no interior do Ceará. Saiba mais sobre as mudanças de casa, de emprego e das dificuldades que só quem é nordestino sabe na pele.
A história também é contada por fotografias, narrativas imagéticas que atiçam nossas lembranças e nos fazem retomar a momentos únicos. Somos nós olhando para nós, uma memória afetiva despertando sentimentos diversos.
Quando se fala em fotografia antiga, pensamos em preto e branco e fotos séries como de documentos. Na produção artística foto-documental, Re(cor)dar, vamos narrar as fotografias em cores e alembrar do artesanato da nossa terra.
Assista a uma experiência audiovisual e fique imerso em lembranças de outros, mas que despertam sensações. A exposição de fotopinturas, Entre a tinta e a melanina traz a visibilidade de um povo. São narrativas de uma comunidade quilombola do Alto Alegre em Horizonte-CE, contadas por imagens deles mesmos, histórias das suas famílias e do local onde vivem.
Complemente seus saberes com o artigo: Sobre a cor da nossa pele: fotopinturas como objeto de valor sentimental para o sertanejo cearense.
Quer saber um pouco mais sobre a história do nosso interior cearense? Assista a entrevista com o professor Pinheiro!