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Ambiente

 Uma paisagem que se transforma, mas que não perde sua produtividade 

As diversidades geográficas do interior do Ceará que impulsionam a produção agrícola e ajudam nos cenários a terra verde. 

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O Ceará é um estado com uma grande quantidade de pessoas que nascem e vivem no interior do estado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, mais de nove milhões de habitantes e 148.894,442 km² de território, fazem do estado nordestino centro populacional.


Nas estradas interioranas a paisagem muda constantemente, do sul ao norte e pelas estações do ano. Em suas características geográficas, o semiárido e o tropical semiúmido são os climas que predominam em todo o estado, as secas e o calor estão sempre presentes e os índices pluviométricos são baixos em grande parte do ano.

As médias de temperatura variam conforme cada região do estado, seja serra, litoral ou sertão. Localizado relativamente próximo a linha do Equador, entre 2ºS e 7ºS, o Ceará possui posicionamento geográfico favorável para os altos índices de calor e seca. Além de diversificadas temperaturas, a qualidade do solo e má distribuição de água fazem parte da geografia do interior do estado. 

 

Mesmo com um ambiente desfavorável para produção agrícola, durante todo o ano a agricultura faz parte do cotidiano de quem mantém uma economia de subsistência. A desigualdade na distribuição aquífera pode afetar o desenvolvimento agrícola, no entanto não é o que a engenheira agrônoma, Letícia Machado explica, “a agricultura irrigada é um modo de produção muito importante, pois garante produção mesmo nos períodos de estiagem prolongados que são característicos do semiárido”.

 

A capacidade produtiva do interior do estado ainda passa por muitos desafios a serem solucionados para atingir a alta produção, Letícia comenta sobre os anos de estiagem que o Ceará enfrentou, “o estado tinha uma grande capacidade produtiva antes dos seis anos prolongados de estiagem, os setores de horticultura, fruticultura e floricultura que possuem maior demanda por água contam com a sinalização de obras de infraestrutura principalmente a do Central das águas como apoio e o incentivo governamental bem como mecanismos para driblar os períodos de escassez”, pontua.

 

A água é um insumo importante para os aspectos fundamentais do desenvolvimento humano  e principalmente em um local quente como o Ceará. No interior, além da má distribuição existe a falta de qualidade da água, dificultando no consumo e uso para a produção agrícola e pecuária. 


De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Índice de Perdas na Distribuição do Ceará de 2019 é maior que a média nacional de 39,2%. Desse modo o estado perde o equivalente a 146 piscinas olímpicas diárias de água potável. Sendo possível concentrá-la como insumo para a agricultura irrigada e pecuária em alguns municípios.

Fotos lugares

Um bem tão precioso quanto a água são as memórias, que fazem e se desfazem com o passar do tempo. São os momentos cotidianos que se tornam especiais e ficam guardados como cenas. A nossa memória é como um arquivo pessoal de lembranças, registros do tempo. Conheça alguns lugares do interior do estado por meio de fotografias.

Em Sertão Ocre, temas como memórias, vida no interior e simplicidade são abordados e construídos narrativamente. O referido ensaio fotográfico possibilita a imersão em um ambiente que é desvalorizado e renegado por muitos que não conhecem as vivências e a valorização do que se toma como tradição.

 

Em meio a um crescente ambiente virtual, o sertão do interior do Ceará resiste e segue com uma vida rotineira após décadas de modernização e ampliação de mecanismos eletrônicos.  A tecnologia deixada de lado leva a uma conexão com a natureza e os sentidos e padrões que estão sendo ameaçados de desaparecerem com a nova geração. O que resta são costumes e tradições enraizadas desde cedo por familiares e que são passadas de geração em geração. Evidenciar as simplicidades e as belezas que o sertão ainda possui é o foco deste ensaio.

 

A “incerteza” do que temos no interior é o que traz a curiosidade e vontade de explorar o que é desenvolvido, vivenciado e passado de geração em geração. São narrativas próprias de um tempo que passa mais devagar. Onde as divergências de idades estão surgindo e a tecnologia tomando o seu espaço.

 

A memória muitas vezes pode dizer quem fomos em um passado sempre diferente do que se encontramos no presente. A partir da oralidade narrativas de memórias são traçadas possibilitando um percurso onde a história do indivíduo também faz parte de uma história maior e coletiva.

 

O ocre é uma vasta possibilidade de cores terrosas e que a natureza as produzem que são fortemente presentes em uma ambiente em que a modernização ainda caminha em passos compassados. 

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